Individuação

Individuação é um conceito idealizado por C. G. Jung para explicar o momento em que uma pessoa é finalmente capaz de integrar, com lucidez, os opostos dentro de si, ou seja, seus aspectos conscientes e inconscientes. Sendo assim, o termo individuação significa a realização dos potenciais de um ser humano, o qual se dispôs a, através da busca pelo autoconhecimento, trabalhar seus arquétipos para chegar a esse objetivo.

O ser humano evolui, dessa forma, de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência, identificando-se menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra, e mais com as orientações emanadas de seu eu interior, o si-mesmo, o “self”, a totalidade.

O resultado dessa jornada é um indivíduo no sentido profundo da palavra, coeso e que tem real consciência de si. Contudo, a reintegração que é proposta através da busca pela individuação, exige seguir uma jornada que nos coloca diante de nossas sombras e personas, ou seja, o necessário trabalho sobre nossas instâncias psíquicas, traduzindo-se numa experiência profunda de auto aceitação, comprometimento e responsabilidade diante de nossos comportamentos e ações diante da vida.

Quando nos individuamos, nos integramos ao nosso “self”, acessamos e compreendemos além da estrutura do ego, isto é, o inconsciente pessoal e coletivo. Atingimos, segundo Jung, portanto, a consciência da totalidade e o desenvolvimento profundo da psique. É importante ressaltar que o processo de individuação é um processo contínuo, uma espiral ascendente evolutiva, que sempre vai nos levar continuamente à maturação psíquica.